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Ciberliteratura, literatura eletrônica ou literatura digital

Referências

GAINZA, Carolina. Nuevos escenarios literários: hacia una cartografía de la literatura digital latino-americana. In: GUERRERO, G.; LOY, B.; MÜLLER, G. (eds.) World Editors: Dynamics of Global Publishing and the Latin American Case Between the Archive and the Digital Age. Berlim: De Gruyter, 2020. p. 331-351.


HAYLES, Katherine. Literatura eletrônica: novos horizontes para o literário. São Paulo: Global, 2009.


TORRES, Rui; MINISTRO, Bruno. Literatura na rede ou literatura como rede? Simbiose e mediação na ciberliteratura portuguesa. E-letras com vida, n. 7, p. 115-126, jul./dez. 2021. Disponível em: https://e-lcv.online/index.php/revista/article/view/196. Acesso em: 04 mar. 2025.

Como citar este verbete

PEREIRA, Vinícius Carvalho. Ciberliteratura, literatura eletrônica ou literatura digital. In: MOREIRA, Maria Elisa Rodrigues (org.). Glossário Audiovisual do LICEX. São Paulo, 2025. Disponível em: https://www.grupolicex.com/glossario-verbete/ciberliteratura-literatura-digital. Acesso em: dia/mês/ano.

Vinícius Carvalho Pereira

A digitalidade está cada vez mais presente no campo literário, seja nos suportes de leitura (como nos e-readers), nos processos de circulação de textos (como nas redes sociais de leitores ou nas plataformas de streaming de livros), ou no simples fato de os livros, durante a produção editorial, existirem apenas como arquivos digitais na nuvem. Essas são evidências de que a literatura de nosso tempo não pode prescindir das tecnologias computacionais. A esses contextos nos quais as redes informáticas são utilizadas como “meio de difusão (...) ou outros sistemas de publicação eletrônica”, Torres e Ministro (2021, p. 115) chamam de “uso fraco” das tecnologias digitais na literatura, o que configuraria uma literatura que eles descrevem como “na rede” e, de modo geral, podemos tratar como literatura digitalizada.


Em oposição a esse paradigma, os mesmos autores definem o que chamam de literatura “como rede”: quando há um “uso forte” das tecnologias digitais na composição e inscrição textual, “motivando géneros emergentes, simbioses humano-máquina e mecanismos de produção ciberliterária” (Torres; Ministro, 2021, p. 115). Ciberliteratura é, nesse contexto, sinônimo do que ficou conhecido em outras comunidades da Europa ou da América do Norte como literatura eletrônica, um campo formado por obras marcadas por “um aspecto literário importante que aproveita as capacidades e contextos fornecidos por um computador independente ou em rede” (Hayles, 2009, p. 21).


Na América Latina, muitos pesquisadores preferem o termo literatura digital e definições formuladas no Sul Global, a exemplo da que propôs Carolina Gainza ao referir-se a “escrituras que não apenas utilizam um aparato eletrônico como meio, senão que, e mais importante em sua definição, se baseiam em diversas formas de manipulação de códigos informáticos, seja de forma direta ou indireta (...) com a experimentação com a linguagem de códigos ou com meios digitais, como as redes sociais” (Gainza, 2020, p. 334, tradução nossa).


Apesar de algumas nuances conceituais, os termos ciberliteratura, literatura eletrônica e literatura digital acabam, na prática, sendo usados para designar um mesmo conjunto de obras, o qual inclui gêneros como a ficção hipertextual, os blogs, a ficção interativa, a instapoesia, a literatura generativa, a poesia de código, os tuiteromances, a videopoesia e as webcomics.

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